Você testa um medicamento por uns dias, não vê resultado. Aí troca ou simplesmente para. Tempo, dinheiro e esperança jogados fora.
Vou contar um segredo: apesar de eu sempre recomendar psiquiatra, psicólogo e dermatologista (porque acho que não dá pra abrir mão do tratamento psicológico JUNTO com o dermatológico), não foi nada disso que me ajudou a controlar o skin picking. Tenho uma coleção de pomadas na minha mesa de cabeceira, plástico filme, micropore, já fiz terapia, hipnose, tomei antidepressivo e experimentei tudo que o meu dinheiro pôde pagar.
Na verdade, o melhor medicamento que tomei foram pílulas. Pílulas de mudança de comportamento, em doses homeopáticas:
– parei de esconder e negar a minha condição
– parei de me sentir culpada, de culpar o mundo e me vitimizar
– parei de esperar que alguém resolvesse meu problema
– arregacei as mangas e busquei ajuda
– enfrentei o tratamento (com efeitos colaterais, alergia grave)
– cicatrizadas as feridas, passei a observar os meus reais inimigos (as causas das feridas) e planejar como eu poderia combatê-los, um a um
– passei a repetir a nova estratégia todos os dias
– e de tanto repetir, as estratégias viraram hábitos
E cá estou. Firme, forte, tatuada. Rs. A tatuagem tá descascando, tá coçando. E EU NÃO VOU CUTUCAR. E ponto.
O que mudou na prática?
Entendi que na vida de qualquer pessoa há altos e baixos. A minha vida não é especial em maior ou menor grau por causa do skin picking. Só é diferente de qualquer outra que eu tente comparar.
Se tenho uma nova ameaça, mudo a estratégia de combate. Não adianta ter consciência de um problema, continuar agindo da mesma maneira e reclamar. Se não mudo minha maneira de lutar, os resultados serão sempre os mesmos. Não vai adiantar trocar de medicamento.
Olhe para a sua vida, para a sua realidade. Avalie o que pode ser mudado. E mude, uma coisa de cada vez. Cenários ruins não são desculpa para você sequer tentar. E não desista, mude de estratégia até acertar.
Não troque de munição, mude o jeito de lutar. Aí sim, o medicamento vai finalmente “funcionar”.
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